Espuma dos dias — “A política externa da Europa foi pirateada e as consequências são terríveis”, por Thomas Palley

 

Seleção e tradução de Francisco Tavares

11 min de leitura

A política externa da Europa foi pirateada e as consequências são terríveis

 Por Thomas Palley

Publicado por em 13 de fevereiro de 2024 (original aqui)

 

A política externa da Europa foi pirateada e capturada pelos interesses neoconservadores dos EUA. Essa captura representa uma ameaça terrível tanto para a democracia europeia como para a segurança global. A ameaça à segurança global é porque a Europa está agora cativa na guerra neoconservadora dos EUA contra a China e a Rússia. A ameaça à democracia vem dos eleitores europeus que gradualmente intuem que foram vendidos, o que ajuda a explicar terem-se voltado contra o establishment político.

As consequências desta captura são simples e terríveis, mas expô-lo é difícil. Privilegia-se o status quo e há resistência ao reconhecimento de factos desagradáveis. Este texto apresenta esses factos.

 

O que é o neoconservadorismo e quem são os neoconservadores?

O ponto de partida é a compreensão do que é o neoconservadorismo e de quem são os neoconservadores. A primeira é uma doutrina política norte-americana que ascendeu à posição dominante na década de 1990 e afirma que nunca mais haverá uma potência estrangeira, como a antiga União Soviética, que possa desafiar a hegemonia global dos EUA. A doutrina dá aos EUA o direito de impor a sua vontade em qualquer parte do mundo, o que explica por que os EUA têm mais de 750 bases em 80 países, mesmo em cima tanto da Rússia como da China.

A doutrina inicialmente propagou-se entre republicanos de linha dura como Dick Cheney e Donald Rumsfeld, e foi então adotada por democratas como Hillary Clinton e Barack Obama. Isso torna-a ainda mais perigosa, uma vez que capturou ambos os partidos políticos dos EUA. Além disso, os democratas agora fornecem uma cobertura insidiosa, alegando que os EUA são motivados pela proteção da democracia e dos direitos humanos.

 

A Guerra Fria, o modelo Lovestone e o Partido Verde da Alemanha

Os EUA têm uma longa história de pirataria política. Talvez o incidente europeu mais famoso seja a eleição italiana de 1948, que alguns argumentam ter sido decidida por um enorme apoio financeiro encoberto dos EUA aos democratas-cristãos.

No entanto, muito mais revelador sobre o mundo de hoje é a história da Guerra Fria da interferência dos EUA no movimento sindical europeu. Essa história é exemplificada pela carreira de Jay Lovestone, que era um sindicalista dos EUA e agente da CIA, e diz-se ter sido uma das cinco pessoas mais importantes na estrutura oculta de poder da Guerra Fria. Lovestone dirigiu uma operação secreta de captura que ganhou influência significativa dentro dos movimentos sindicais europeus e internacionais, e os vestígios dessa influência provavelmente ainda estão presentes.

O modelo de Lovestone forneceu um modelo operacional para capturar o movimento trabalhista, mas há razões para acreditar que também pode ter sido empregado para capturar o Partido Verde da Alemanha. Os verdes têm as suas raízes políticas no movimento de paz dos anos 1970, que se opôs à implantação de armas nucleares tácticas dos EUA na Alemanha. No entanto, hoje, sob a liderança de Annalena Baerbock, o Partido Verde tornou-se o principal partido de guerra e um dos principais aliados dos interesses neoconservadores dos EUA. Além disso, tal como discutido mais adiante, essa aliança infligiu graves danos ambientais, o que é totalmente contrário aos objetivos políticos dos Verdes.

 

A mecânica da captura

Hoje, o processo de captura funciona através do governo dos EUA e dos seus parceiros corporativos, colocando um dedo de ordem política nos países estrangeiros. Fazem-no ajudando políticos amigos e promovendo jornalistas e académicos apoiantes. Os interesses políticos amigáveis beneficiam do apoio financeiro e dos meios de comunicação social. Os profissionais da classe política são recompensados por meio de progressão na carreira e salários mais altos que vêm com maior acesso, visibilidade e apoio do poder político estabelecido.

Os grupos de reflexão (Think tanks) são um instrumento essencial. Eles fornecem um espaço reservado e um palco para políticos e profissionais da classe falante, e desenvolvem as narrativas políticas que são alimentadas na câmara de eco mais ampla da sociedade. Eles também fornecem credibilidade intelectual que legitima a história Neoconservadora e os seus autores. Os grupos de reflexão mais conhecidos incluem o German Marshall Fund, o National Endowment for Democracy, o Council on Foreign Relations, o Carnegie Endowment for International Peace, o Atlantic Council e a Instituição Hoover da Universidade de Stanford.

Os honorários dos oradores e as consultorias também desempenham um papel fundamental. Os políticos que servem são recompensados com palestras bem remuneradas e segundos empregos extracurriculares. Os políticos que saíram temporariamente de cena recebem compromissos ainda mais confortáveis que são um investimento no futuro. Os serviços dos ex-líderes são igualmente recrutados com honorários absurdos de oratória e trabalhos de consultoria ad hoc.

Tais práticas são particularmente visíveis na política britânica. Os honorários e os pagamentos variam de acordo com o valor percebido, e o sistema está aberto a políticos de diferentes matizes. Os destinatários incluem estrelas como Tony Blair e Boris Johnson, luzes menores como Theresa May e Gordon Brown, e Liz Truss. Keir Starmer parece ser uma perspectiva futura sólida, dado o seu apoio à política dos EUA em relação à Ucrânia e ao Médio Oriente. Na Alemanha, o ex-líder do Partido Verde Joschka Fischer é um beneficiário do sistema e declarou-se um forte defensor da posição dos EUA em relação à Ucrânia e à Rússia.

 

Evidências da captura

A mecânica da captura é um lado da história. O outro são as evidências de captura, o que é inevitavelmente negado. A captura não é anunciada e não há álgebra para provar isso. Em vez disso, tudo o que pode ser feito é apresentar os argumentos e interrogá-los quanto à precisão, consistência lógica e motivo. Esse processo é como um julgamento por júri e pode facilmente falhar. Revelar a verdade exige uma audição justa e o júri deve ter a mente aberta.

A característica marcante da política externa da Europa é o enorme prejuízo auto-infligido. A Europa impulsionou políticas que trabalharam contra ela e a favor dos EUA. Essa é a marca clássica da captura.

 

  1. Política do Médio Oriente.

A política da Europa para o Médio Oriente revela a profundidade e os custos da captura feita pelos EUA. Esta política contribuiu para múltiplos conflitos dos quais a Europa não teve nada a ganhar e muito a perder. Em particular, desencadearam fluxos massivos de refugiados politicamente desestabilizadores para a Europa. Em contraste, os EUA viram quase nada desses conflitos voltarem-se contra si, uma vez que estão protegidos pelo Atlântico e pelo Pacífico.

O fracasso político é exemplificado pela participação europeia na invasão ilegal do Iraque liderada pelos EUA em 2003. A invasão foi justificada pela falsidade de que o Iraque tinha armas de destruição massiva (ADM). A realidade é que foi motivada pela ofensiva dos EUA à independência de Saddam Hussein, pela sua simpatia para com a Rússia e pela sua ameaça de aceitar pagamentos não monetários pelo petróleo. Isso ameaçava a hegemonia do dólar, que é um pilar do poder económico e geopolítico dos EUA.

A guerra do Iraque contribuiu para a Guerra Civil Síria de 2011, que os EUA fomentaram e na qual participaram. Essa guerra inundou a Europa com refugiados sírios, enquanto o Atlântico protegeu novamente os EUA. Enquanto a Europa não tinha interesses vitais na Síria, os neoconservadores dos EUA viam o regime sírio de Assad como uma ameaça fundamental à hegemonia dos EUA no Médio Oriente devido à sua aliança com a Rússia.

Uma história semelhante é válida em relação à participação europeia na intervenção militar liderada pelos EUA em 2011 na Líbia. Paralelamente ao Iraque, a intervenção foi motivada pela ofensiva dos EUA à independência de longa data de Gaddafi, amizade com a Rússia e potencial abertura aos pagamentos não em dólares pelo petróleo. Esta realidade foi encoberta por apelos à opinião pública contra a punição pelo atentado à bomba Pan Am Lockerbie, patrocinado pela Líbia em 1988 [1], apesar de a Líbia ter pago uma indemnização e o autor principal ter sido condenado anos antes. Mais uma vez, as consequências migratórias foram enormes para a Europa e nulas para os EUA. A Líbia era uma barreira à migração africana e a sua destruição abriu as comportas.

Em suma, todos os três conflitos funcionaram contra os interesses da Europa e a favor dos interesses neoconservadores dos EUA. No entanto, a Europa facilitou ou participou em todas eles.

 

  1. Expansão e transformação da NATO.

A NATO é um canal essencial através do qual a política externa da Europa foi capturada. A NATO é dominada pelos EUA, que usaram a sua posição para capturar o poder estabelecido da política militar e externa da Europa, atraindo assim a Europa para apoiar políticas que beneficiam os EUA, apesar de prejudicarem a Europa.

Há duas dimensões na história da NATO: expansão e transformação. Esta última passou despercebida, mas também é importante.

A expansão da NATO para leste é amplamente conhecida. O processo foi iniciado quase imediatamente após o fim da Guerra Fria, e violou o compromisso dos EUA de não expansão feito ao Presidente Gorbachev. As implicações agressivas e perigosas foram salientadas por George Kennan, autor de A Doutrina de contenção da Guerra Fria, num artigo de opinião do New York Times de 1997.

Para os neoconservadores dos EUA, a expansão da NATO é facilmente compreensível. A Rússia não havia sido derrotada militarmente e forçada a render-se incondicionalmente (como a Alemanha e o Japão), e os neoconservadores viam isso como uma ameaça contínua à hegemonia global dos EUA. A expansão da NATO reforçou a posição militar dos EUA e enfraqueceu a da Rússia.

No entanto, havia apenas desvantagens para a Europa. Os novos membros da NATO acrescentaram pouca capacidade de defesa, ao mesmo tempo que trouxeram múltiplas animosidades pré-existentes e ameaças de conflito. Faltava-lhes também uma cultura política partilhada. Mais importante ainda, qualquer conflito seria travado na Europa. Consequentemente, a Europa suportaria o peso, incentivando os neoconservadores americanos a serem ainda mais agressivos em relação à Rússia.

O outro lado da história da NATO é a sua transformação de uma aliança defensiva regional (Atlântico Norte) numa aliança intervencionista globalmente agressiva. Essa transformação começou com o bombardeamento de Belgrado pela NATO em 1999, aprofundou-se com a participação da NATO na invasão do Afeganistão liderada pelos EUA em 2001, e foi cimentada pela intervenção na Líbia em 2011, iniciada sob os auspícios da NATO.

Tal como acontece com a expansão, a transformação da NATO é facilmente compreensível do ponto de vista dos neoconservadores. Os EUA têm uma agenda de hegemonia global, e a transformação da NATO fez com que outros países partilhassem o peso dessa agenda. Também comprou cobertura multilateral para os EUA. No entanto, mais uma vez, não havia nada para a Europa que não tem uma agenda equivalente.

Em suma, a expansão e transformação da NATO apontam fortemente para uma acção de captura e pirataria.

 

  1. A Guerra da Ucrânia

O discurso de guerra da Ucrânia é o mais largamente pirateado, o que o torna o mais difícil de desvendar. O melhor ponto de partida é quem ganhou e perdeu economicamente com a guerra. Nisso, as contas são claras. Os EUA foram o grande vencedor, enquanto a Europa Ocidental (e especialmente a Alemanha) foi um grande perdedor. Os trabalhadores alemães foram os mais atingidos.

Os EUA ganharam cortando a dependência da Alemanha e da Europa Ocidental da energia russa. Além disso, a energia russa foi substituída por energia dispendiosa fornecida pelos EUA. Isso constitui um triplo ganho para os EUA: enfraqueceu a Rússia, aumentou a dependência da Europa Ocidental em relação aos EUA e beneficiou os produtores norte-americanos. Os EUA também foram um grande vencedor porque o aumento da produção de armas proporcionou um grande estímulo orçamental à indústria norte-americana. Essa configuração global ajuda a explicar porque é que os EUA evitaram uma recessão. A única grande desvantagem foi o aumento temporário da inflação causado pela eclosão da guerra.

A Europa Ocidental, especialmente a Alemanha, tem sido um grande perdedor. A energia russa barata foi substituída pela energia cara dos EUA. Isso minou a competitividade industrial da Alemanha e contribuiu para uma inflação europeia ainda mais elevada. A Europa também perdeu o enorme mercado da Rússia, onde vendia produtos manufaturados. Além disso, perdeu os gastos generosos da elite russa. Esta combinação explica o enfraquecimento da economia europeia. Além disso, o futuro económico da Europa foi gravemente comprometido, uma vez que as mudanças parecem que vieram para ficar.

Os trabalhadores alemães foram ainda mais atingidos pelo afluxo massivo de refugiados ucranianos. Isso aumentou a concorrência salarial à baixa e criou uma escassez de habitação que aumentou as rendas. Resultou também na aglomeração de escolas e serviços sociais. Em menor grau, o mesmo aflige todos os trabalhadores europeus.

Por último, a mudança no aprovisionamento energético tem sido desastrosa para o ambiente. O gás de fraturação dos EUA (Texas) é um dos mais sujos do mundo, e há ainda a poluição marítima. A guerra também tem sido uma fonte directa de danos ambientais e climáticos massivos. Isto revela bem a captura do Partido Verde da Alemanha.

A justificação do poder estabelecido europeu para rejeitar o compromisso é que a Rússia representa uma ameaça existencial para a Europa. Essa é a linha de grupos de reflexão impulsionada por autores neoconservadores como Anne Applebaum e Timothy Garten Ash, da Hoover Institution.

O argumento neoconservador apela aos preconceitos legados da Guerra Fria, está cheio de coisas incompletas e carece de substância. Ignora a realidade da expansão da NATO para leste, a ameaça de segurança que representa para a Rússia e os conflitos no seio da sociedade civil ucraniana, que incluem a opressão dos russos étnicos. Mais importante ainda, a alegação de uma ameaça russa à Europa não faz sentido.

A Rússia está em declínio demográfico e carece de recursos para restabelecer a hegemonia na Europa Central. A sua fraqueza foi demonstrada no campo de batalha, onde a Ucrânia controlou a Rússia com apenas uma modesta ajuda de armas da NATO. Na verdade, essa fraqueza fala da legitimidade da necessidade da Rússia de uma Ucrânia desmilitarizada como amortecedor de protecção. A realidade é que o projecto neoconservador dos EUA beneficia da continuação da guerra que desgasta a Rússia e enfraquece a sua posição internacional.

Em suma, a Europa perdeu economicamente com a guerra, enquanto os EUA beneficiaram. Da mesma forma, a guerra beneficia geopoliticamente os EUA, mas não a Europa. Apesar disso, o poder estabelecido europeu abraçou a guerra. Em 2022, a Grã-Bretanha torpedeou um acordo de paz negociado logo após o início da guerra. Além disso, no seu discurso de renúncia de 2023, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu abertamente que o Reino Unido “fique perto dos EUA”. Mais uma vez, as impressões digitais da pirataria são claramente visíveis.

 

  1. China

Por último, há a política da Europa em relação à China, que é uma questão emergente que os neoconservadores dos EUA esperam capturar. Eles vêem a China como a maior ameaça à hegemonia global dos EUA. Essa ameaça é económica, geopolítica e militar. A economia da China ameaça exceder significativamente os EUA em tamanho, permitindo-lhe desafiar o soft power global dos EUA e permitindo-lhe desafiar a hegemonia militar dos EUA no leste asiático.

A Europa não enfrenta esse desafio e tem uma parceria económica sólida com a China. As empresas europeias lucram com investimentos na China e com a exportação de bens de capital para a China, que a China paga com bens de consumo.

O mundo dos grupos de reflexão dos EUA apresenta a China como um inimigo da Europa. Parte do argumento é que a China está a apoiar a Rússia e a Rússia é inimiga da Europa. Portanto, a China é inimiga da Europa. Depois de ter capturado a política da Europa em relação à Rússia, essa captura é agora utilizada para capturar a política da Europa em relação à China.

Além disso, os grupos de reflexão neoconservadores apresentam ficticiamente a China como parte de um eixo de autoritarismo, envolvido numa guerra global contra a democracia. A realidade é que a China está sob ataque dos neoconservadores dos EUA, que afirmam o direito à hegemonia global. Os EUA têm uma longa história de política externa intervencionista violenta e apoiam de bom grado os autoritários que aceitam a hegemonia dos EUA. Se a China tivesse aceitado a hegemonia dos EUA, teria sido abraçada como parceira. O mesmo vale para a Rússia.

Em suma, a política da Europa em relação à China é um caso emergente de pirataria. Os EUA beneficiam de duas maneiras ao separar a Europa da China. Em primeiro lugar, isso prejudica a China. Em segundo lugar, torna a Europa mais fraca e mais dependente dos EUA. No entanto, não há nenhum benefício para a Europa e nenhum benefício para a democracia.

 

Consequências da captura

As consequências imediatas da captura são duplas e terríveis. Em primeiro lugar, a captura neoconservadora da política externa da Europa põe em perigo a segurança global. Isso porque os neoconservadores acreditam que os EUA têm direito à hegemonia global, o que põe em perigo a segurança global ao criar inevitavelmente conflitos com a China e a Rússia.

A China e a Rússia vêem a intervenção dos EUA nas suas fronteiras e os esforços de mudança de regime interno como ameaças à segurança nacional. As intervenções fronteiriças constituem também uma invasão das suas esferas de influência regionais. O resultado é um ciclo de desafios e respostas que conduz inexoravelmente ao conflito.

Em segundo lugar, a captura da política externa da Europa põe em perigo a democracia europeia à medida que as consequências recaem sobre a sociedade. Isso está a acontecer com a Ucrânia. Os eleitores da classe trabalhadora estão gradualmente a intuir que foram vendidos e estão a suportar enormes custos económicos em nome de um conflito que não é do seu interesse. Com ambos os lados do poder político estabelecido implicados e a esquerda a sofrer de rigor mortis, a extrema-direita é o único lugar que esses eleitores têm para ir.

 

Conclusão: o desafio que temos pela frente

Há provas convincentes de que a política externa da Europa foi capturada em nome dos neoconservadores dos EUA. Os piratas não podem ser corrigidos enquanto não forem reconhecidos. Infelizmente, não há álgebra para provar a captura, e o argumento é denso. Além disso, existe também o perigo persistente de perder o fio. Quando o conflito irrompe, os media dos poderes estabelecidos apresentam a história como um começo e ignoram tudo o que aconteceu antes. O resultado é concentrar-se no conflito imediato e ignorar a causa, o que mantém a captura em vigor. Uma solução não será fácil, mas o fracasso será desastroso. A tarefa começa com o surgimento do problema.

 


[1] Nota de tradutor: sobre porque se mantém viva a mentira da implicação da Líbia no atentado de Lockerbie ver artigo de Martin Jay aqui.

 

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O autor: Thomas Palley [1956-] é um economista estado-unidense. Foi economista chefe na Comissão de Análise Económica e de Segurança EUA-China (agência independente do governo dos Estados Unidos criada em 2000), sendo atualmente membro de Schwartz Economic Growth da New America Foundation. É licenciado em Letras pela Universidade de Oxford (1976) e obteve um mestrado em relações internacionais e um doutoramento em economia pela Universidade de Yale. Palley fundou o projecto “Economics for Democratic & Open Societies”. Palley cujo objectivo é “estimular a discussão pública sobre que tipos de acordos e condições económicas são necessários para promover a democracia e a sociedade aberta”. As posições anteriores de Palley incluem director do Projecto de Reforma da Globalização do Open Society Institute, e director assistente de Políticas Públicas para a AFL-CIO.

O seu trabalho tem abrangido teoria e política macroeconómica, finanças e comércio internacionais, desenvolvimento económico e mercados de trabalho onde a sua abordagem é pós-keynesiana.

 

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